Show Notes
- Amazon Portugal Store: https://www.amazon.com.br/dp/8571261059?tag=9natreeportugal-20
- Amazon Worldwide Store: https://global.buys.trade/A-terra-d%C3%A1%2C-a-terra-quer-Ant%C3%B4nio-Bispo-dos-Santos.html
- Apple Books: https://books.apple.com/us/audiobook/comptia-a-audio-crash-course-complete-review-for-he/id1532994813?itsct=books_box_link&itscg=30200&ls=1&at=1001l3bAw&ct=9natree
- eBay: https://www.ebay.com/sch/i.html?_nkw=A+terra+d+a+terra+quer+Ant+nio+Bispo+dos+Santos+&mkcid=1&mkrid=711-53200-19255-0&siteid=0&campid=5339060787&customid=9natree&toolid=10001&mkevt=1
- Leia mais: https://portugalz.top/read/8571261059/
#quilombolas #reciprocidadecomaterra #saberestradicionais #sustentabilidade #identidadecultural #acessoàterra #educaçãoancestral #Aterradaterraquer
Estes são os aprendizados deste livro.
Primeiramente, A Relacionalidade com a Terra, Antônio Bispo dos Santos defende que a relação entre seres humanos e o solo não é baseada em posse ou domínio, mas em reciprocidade e respeito. Segundo o autor, para os povos tradicionais como os quilombolas, a terra é um ente vivo, dotado de vontade e direitos próprios. O conceito de relacionalidade significa perceber a terra como um ser com o qual se estabelece um acordo mútuo: tudo o que dela se retira deve ser devolvido em cuidado e equilíbrio. Esta postura contrasta fortemente com a visão industrial e capitalista, que trata a terra como mero recurso a ser explorado. Bispo dos Santos utiliza exemplos de práticas agrícolas, festas, e mitologias para ilustrar como as comunidades constroem sistemas sustentáveis, baseados em saberes passados de geração para geração. Este entendimento profundo contribui para a sobrevivência dessas populações e oferece lições valiosas para a sociedade diante da crise ecológica global.
Em segundo lugar, Acosmismo e Rejeição à Propriedade Privada, Um dos pontos centrais do livro é o conceito de acosmismo, uma filosofia que questiona a ideia de propriedade privada como fundamento do sistema econômico e social. Bispo dos Santos argumenta que, para os povos tradicionais, não existe a noção de apropriação plena dos bens naturais, pois todos os elementos da natureza têm papel e valor autônomo. Ao abordar as consequências da privatização e da mercantilização das terras, o autor demonstra como estas práticas rompem a lógica do compartilhamento e da responsabilidade coletiva, prejudicando comunidades e o próprio meio ambiente. Ele observa que o direito à terra, ao contrário de ser um privilégio individual, é uma condição compartilhada e transitória, implicando deveres perante as futuras gerações. Ao resgatar essa filosofia, o livro propõe alternativas para o debate agrário e inspira revisões profundas nos sistemas de produção e convivência.
Em terceiro lugar, Saberes Ancestrais e Educação Tradicional, Bispo dos Santos dedica boa parte de sua obra a valorização dos saberes produzidos pelas populações do campo e pela oralidade que permeia essas culturas. O autor argumenta que o conhecimento dos quilombolas, indígenas e outros povos tradicionais, transmitidos de maneira prática e coletiva, é fundamental para a gestão sustentável da terra. A educação nessas comunidades não é formal, mas se dá pelo exemplo, pelas histórias, pela observação e pela participação em rituais e atividades cotidianas. Esse aprendizado fomenta uma consciência crítica sobre o papel do ser humano no mundo, alimentando práticas de cultivo, coleta, caça e pesca que respeitam o tempo da natureza. O livro também propõe uma nova ética do ensinar-aprender inspirada no diálogo e na troca, em oposição ao modelo competitivo e fragmentado da sociedade industrializada.
Em quarto lugar, Resistência e Identidade Quilombola, A obra é também um manifesto pela resistência cultural e política dos quilombolas. Bispo dos Santos revela como a ligação profunda com a terra é um elemento central na luta por direitos e reconhecimento dessas comunidades no Brasil. Ele detalha as estratégias de organização social e preservação da identidade, mostrando que a cultura quilombola vai além de uma experiência de marginalidade; é, antes de tudo, uma proposta de convivência baseada na solidariedade, no autoconhecimento e na valorização dos ancestrais. O autor enfatiza a importância dos territórios tradicionais como espaços de resistência, onde se constroem redes de apoio, proteção ambiental e transmissão de saberes diante das pressões do avanço capitalista e dos conflitos fundiários.
Por último, Alternativas à Crise Ecológica Contemporânea, Ao longo do livro, Antônio Bispo dos Santos relaciona a gravidade da crise ambiental moderna com a adoção de modelos de produção que ignoram a reciprocidade com a natureza. Ele sugere que, diante das ameaças do aquecimento global, destruição de ecossistemas e insegurança alimentar, os ensinamentos das comunidades tradicionais são mais relevantes do que nunca. O equilíbrio entre dar e pedir à terra, a visão de respeito e interdependência e a recusa da acumulação desenfreada oferecem princípios para novos modos de viver no planeta. O autor indica caminhos possíveis de aliança entre diferentes saberes, destacando como esses conhecimentos podem inspirar soluções para uma convivência mais justa e equilibrada entre os seres humanos e o meio ambiente. Em um contexto de mudanças climáticas e degradação ambiental, as propostas do livro são um convite à ação coletiva e à reinvenção dos valores sociais.